Afoito em meio à fadiga
Busca refugio e se abriga
Não quer mias ficar na corda-bamba
Perdeu o compasso do samba
Bem sabe que a vida é luta
Mas, apavora se seu nome escuta
Já que no picadeiro se fazia forte
Hoje reluta com a própria sorte
Não é mais o centro das atenções
Os pés presos a grilhões
Imposto pela sociedade
Acabou-se a liberdade
Agarrado a doces recordações
Ignora os fatos, suas soluções
Lá se foi o estrelato e fama
No presente, sem teto ou cama
Tendo a lua por companheira
Ausente em seu brilho devido à cegueira
Os passos compactos, guia-se no tato
No bolso, apenas um antigo retrato
Assim segue, entre becos e calçadas
Vielas, ruas e estradas
Mendigando a próxima refeição
Com sorte talvez um pouco de afeição